Entidades de Comércio Justo

AS ENTIDADES PRODUTORAS OU IMPORTADORAS DE COMÉRCIO JUSTO
 
A Associação de Defesa do Património de Mértola, foi constituída em dezembro de 1980, desenvolvendo desde então uma estratégia de atuação centrada na capacitação dos indivíduos e na promoção dos recursos endógenos. A sua missão prende-se fundamentalmente com o desenvolvimento económico, social e cultural dos territórios onde intervém, partilhando estrategicamente com entidades públicas e privadas, mas igualmente com os cidadãos, a responsabilidade de participação ativa nas dinâmicas dos seus próprios processos de desenvolvimento local.
Neste quadro, a ADPM desenvolve, entre outros, o projecto Monte do Vento que tem como principal objetivo assegurar a melhoria na exploração de Plantas Aromáticas e Medicinais. Estas melhorias irão contribuir para incrementar as condições de trabalho e de produção, aumentar a produtividade, otimizar a utilização da água e a diminuição dos custos energéticos, contribuindo desta forma para a modernização desta exploração.
 
A ADREPES é uma associação sem fins lucrativos, que tem como objectivo a promoção e a realização do desenvolvimento rural na Península de Setúbal.
Foi fundada em 27 de Novembro de 2001 por um conjunto de onze entidades, públicas e privadas, representativas das populações e dos produtores locais, que se constituíram em Grupo de Acção Local (GAL) e simultaneamente também em núcleo fundador da ADREPES - Associação para o Desenvolvimento Rural da Península de Setúbal.
A ADREPES lançou a iniciativa PROVE, Promover e Vender, que surge no âmbito da Iniciativa Comunitária EQUAL em conjunto com várias entidades parceiras que se associaram a um grupo de pequenos produtores dos territórios da Península de Setúbal, Vale do Sousa, Alentejo Central, Mafra e Porto, para melhorar o escoamento das suas produções, permitindo ao consumidor ter a possibilidade de experimentar um conjunto de produtos variados, através da aquisição de cabazes de frutas e legumes selecionados e de elevada qualidade.
Na Loja de Comércio Justo do CIDAC, são a Judite e a Justina Silva, produtoras da zona de Palmela, quem fornecem os cabazes a cerca de 70 pessoas.
 
Numa antiga escola à porta da aldeia de Campo Benfeito, estas mulheres rodeadas de teares, linho e burel criam peças únicas e singulares, conhecidas e vendidas em todo o país. Peças delicadas como só o linho pode ser e robustas como só o burel se pode sentir! A Cooperativa Capuchinhas, CRL dedica–se a manter viva a arte tradicional de tecer no tear o linho e o burel. Dia após dia têm nas suas mãos a responsabilidade de criar roupa original, elegante, sofisticada e acima de tudo com a identidade do meio que as envolve: a serra, os sonhos, o cheiro e as cores. Todas as peças de vestuário são originais, desenhadas exclusivamente para as Capuchinhas pela estilista Paula Caria.
 
A Espanica é um projeto de economia alternativa, criado por uma pequena organização nascida em Madrid no início dos anos 80, a Associação Rubén Darió de Amizade Hispano-nicaraguense. A ARD desenvolveu desde então projetos de promoção da produção agrícola camponesa e, baseada em referências históricas cooperativistas e comunitárias, construiu na Nicarágua um modelo de produção e gestão económica, no quadro do que reconhecem como “Economia Popular”, baseada nos seguintes princípios:
1º. A propriedade da terra e das empresas pelos próprios trabalhadores, isto é, o controlo direto dos meios de produção (auto-gestão)
2º. O associativismo entre produtores em todos os segmentos do espaço económico, produção, transformação, comercialização, o que permite a sua defesa perante o mercado e outras ameaças
3º. Mediante esta estratégia, procura-se avançar na transformação e comercialização próprias, subindo na escala de valor.
Confrontados com o constrangimento dos baixos preços do mercado internacional, a ARD com as associações de produtores, decidiram nos anos 90 aderir ao Comércio Justo, de uma maneira pouco comum, criando uma cooperativa de comercialização da qual os produtores são proprietários a 50 %, permitindo que os meios de comercialização fiquem também nas suas mãos. A Espanica comercializa essencialmente café e caju da Nicarágua.
 
Na aldeia de Picão, nos contrafortes da Serra de Montemuro, surgiu em 1993 a “Sociedade de Solidariedade Social das Lançadeiras de Picão”, quando se falava em “desenvolvimento regional”, na tentativa de fazer ressurgir, especificamente, a tradicional manufatura de artigos de linho. Lançadeira é uma das peças do tear. Acharam o nome bonito e ficou. Tudo começou em 1989, com um curso de tecelagem, no qual se inscreveram 25 mulheres da aldeia, a maioria das quais jovens. Em 1991, subsidiado pelo Fundo Social Europeu, fez-se um novo curso de reciclagem para 15 mulheres mas, terminado o subsídio, as mais novas seguiram o exemplo de tantas outras e abalaram da Serra de Montemuro, em busca de uma vida melhor em paragens longínquas. Dois anos depois do inicio da Sociedade, dos 13 elementos que estiveram na base da fundação, apenas restavam 7. Em 2005, alteraram o nome para "Cooperativa de Artesanato as Lançadeiras de Picão". Dezassete anos depois, apenas restam quatro elementos, que tentam manter vivo este património cultural da aldeia de Picão.
 
A LiberMondo é uma cooperativa italiana criada em 1997 com a vocação de promover um comércio justo e solidário ancorado na justiça social e económica tanto no Sul como no Norte geopolíticos, trabalhando em defesa dos produtores de África, América Latina, Ásia, e oferecendo em Itália possibilidades concretas de inserção no mundo do trabalho a pessoas socialmente desfavorecidas ou portadoras de deficiência. A LiberoMondo mantém relações com cerca de 80 grupos de produtores em 27 países. Garante o pagamento de um preço justo, o pre-financiamento de pelo menos 50% das encomendas, relações estáveis e duráveis que permitem aos produtores programar a sua atividade com maior segurança, e o apoio ao desenvolvimento de projetos sociais e ambientais.
 
Marviflora / Nobre Terra
Fruto de uma relação muito especial com a natureza, a motivação de produzir “Produtos com Alma”, neste caso licores e compotas, prende-se com o facto do projeto representar o próprio estilo de vida desta família da zona de Palmela. Controlando a produção agrícola, com métodos que garantem a máxima autenticidade dos produtos, o processo respeita as plantas e a sustentabilidade do meio ambiente.