Em Maio de 1974 o CIDA-C (Centro de Informação e Documentação Anti-Colonial) abriu as suas portas em Lisboa, disponibilizando à sociedade portuguesa a informação que ao longo de anos o chamado "Grupo do BAC" (Boletim Anti-Colonial) tinha clandestinamente recolhido, tratado e difundido, como forma de despertar os cidadãos para a injustiça da ocupação e da guerra colonial e para a urgência do derrube da ditadura. Na nova era, o CIDA-C propunha-se contribuir para uma mobilização nacional que garantisse o reconhecimento, por parte do poder criado na sequência do 25 de Abril, do direito à autodeterminação e independência das colónias portuguesas.
Nos primeiros dias de Dezembro de 1974 o CIDA-C realizou a "Semana de Solidariedade com os Povos das Colónias e a República da Guiné-Bissau", em cuja sessão de encerramento participaram, juntos pela primeira vez em território da ainda potência colonial, os representantes dos movimentos de libertação: FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique), FRETILIN (Frente Revolucionária de Timor-Leste), MLSTP (Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe), MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola), PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde).
Nas férias de Natal de 1974 um grupo de professores solicitou o apoio do CIDA-C para a organização de uma ação de cooperação com os seus colegas da Guiné-Bissau, então a única colónia portuguesa já independente.
Nestes três acontecimentos se espelhou o projeto do CIDAC - que a partir de Janeiro de 1977 se passou a chamar “Centro de Informação e Documentação Amílcar Cabral”, em homenagem a um pensador e combatente que marcou a história da libertação dos povos.
Em Fevereiro de 2004, foi adotada a atual designação “Centro de Intervenção para o Desenvolvimento Amílcar Cabral”, como forma de melhor adequar o nome à missão da organização. Projeto que foi desenvolvido ao longo de décadas de muitas mudanças perante as quais foi sempre imperioso aprender, arriscar e transformar.
Os desafios vão mudando mas a defesa de valores de liberdade, solidariedade, justiça social continua e é fundamental numa época em que a competição e os aspetos económicos são sobrevalorizados em detrimento destes.
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"A Ordem da Liberdade destina-se a distinguir serviços relevantes prestados em defesa dos valores da civilização, em prol da dignificação do Homem e à causa da liberdade"