1ª etapa  DESVENDAR

Objetivo: Conhecer os contextos de migrações e migrantes e refletir sobre o que os e as motiva a procurar outros países para viver e trabalhar.

 

Dimensões a trabalhar: Justiça social, direito ao trabalho e à mobilidade, equidade, paz e empatia.

Instruções  Ler informação específica sobre o módulo “Trabalho e Migrações” no Guia Pedagógico; descarregar aqui os materiais de preparação e aqui os materiais de aprofundamento para as várias sessões.

Apresentação da etapa DESVENDAR

Tempo

5 min

Materiais

  • Computador e projetor ou folhas de parede ou quadro
  • Marcadores ou giz

Apresentar sucintamente o tema do recurso educativo, o subtema e o seu objetivo, utilizando o título do subtema: Trabalho e migrações – teremos todos e todas os mesmos direitos?.

 

Explicar que o subtema vai ser dinamizado em 3 etapas – DESVENDAR, APROFUNDAR e  ATUAR -, sempre através de dinâmicas de trabalho em grupo, debates e outras metodologias mais ativas.

 

Dar a conhecer o objetivo da 1.ª etapa - DESVENDAR: conhecer os contextos de migrações e migrantes e refletir sobre o que os e as motiva a procurar outros países para viver e trabalhar.

 

Introdução à atividade

Tempo

15 min

Materiais

  • Etiquetas para a divisão por grupos (Descarregar na pasta Materiais de Preparação)

Informar os e as participantes que vestirão a pele de migrantes que estão a entrar no país de destino X (a escolher de acordo com o contexto) e procuram trabalho.

Perguntar quais as razões pelas quais as pessoas migram e, a partir das contribuições, promover um pequeno debate onde se possam enumerar 3 razões essenciais: conflitos armados, questões económicas e razões climatéricas.

 

Informar que, nesse país existe um júri que avalia as possibilidades de trabalho para quem chega. Os e as migrantes terão que provar, perante este júri, porque é que é justo e legítimo trabalharem no país com qualidade de vida e direitos de cidadania. Para tal, terão de pensar num conjunto de argumentos (ex.: onde poderão trabalhar, como poderão contribuir para a sociedade/país/cidade, etc.).

 

Dividir os e as participantes em 4 pequenos grupos, utilizando etiquetas com simbologia ligada ao tema:

- Migrantes de guerra

- Migrantes económicos

- Migrantes climáticos

- Júri* composto por observadores ou observadoras governamentais

 

Entregar uma etiqueta a cada participante, explicando que estas pertencem a 4 temas e pedir que se juntem aos e às participantes com o mesmo tema. Questionar sobre o que acham que representam os símbolos das etiquetas.

 

Após identificarem os papéis, o educador ou a educadora propõe que, em silêncio, pensem como representarão o seu papel. Para ajudar a reflexão, durante cerca de 2 minutos, dá algumas orientações com o objetivo de “irem vestindo a sua personagem” (ex.: imaginem o que é que aconteceu, as razões pelas quais migraram, o que é que tiveram de deixar para trás, como é que chegaram a este país, se foi fácil a viagem, como é o vosso dia-a-dia actualmente, etc.; no caso do júri: pensem no vosso dia-a-dia no trabalho, nas decisões que têm de tomar, se é fácil, etc.).

 

* O júri será constituído por 3 participantes. Durante o tempo destinado ao trabalho em grupo, cada membro do júri será observador ou observadora governamental num dos 3 grupos e não deve intervir na discussão, apenas escutar ou tirar notas. Mais tarde, estas notas serão importantes para tomar a decisão de quem terá o direito de trabalhar no país.

 

Atividade

Tempo

30 min

Materiais

  • Textos jornalísticos (uma cópia por participante) (Descarregar na pasta Materiais de Preparação)
  • Folhas de  parede
  • Marcadores
  • 3 cartões de observador ou observadora governamental

Distribuir excertos de diferentes textos jornalísticos a cada grupo, para lerem com atenção e apoiarem a reflexão sobre os argumentos. Cada participante do grupo terá uma cópia da notícia e deverá lê-la tendo em consideração o que lhes foi pedido: provarem que é justo e legítimo trabalharem neste país.

 

De seguida, partilham entre si as conclusões, organizam as ideias e transcrevem os argumentos para uma folha de parede.

 

Durante esse momento, os e as participantes do júri estão distribuídos pelos grupos enquanto observadores ou observadoras governamentais.

Tempo

30 min

Materiais

  • Folhas de parede
  • Marcadores
  • Pastilhas adesivas

Informar que, cada grupo:

- terá de escolher o ou a porta-voz para apresentar ao júri as suas razões para trabalharem no país;

- terá 5 minutos para apresentar o cartaz.

 

Pedir a cada grupo que apresente as suas razões.

 

O júri, composto pelos 3 participantes que foram observadores ou observadoras no momento anterior, depois de ouvir os argumentos de todos os grupos, sai da sala e tem 5 minutos para decidir qual o grupo que ganha o direito a trabalhar no país e escolher os argumentos para fundamentar a decisão.

 

Enquanto o júri se reúne, os grupos são convidados pelo educador ou educadora a completarem o seu cartaz, caso necessitem, e a afixarem-no na parede ou noutro espaço adequado.

 

A dinâmica termina com a exposição da decisão do júri e das suas razões.

Reflexão coletiva

Tempo

30 min

Materiais

  • Folha de parede ou quadro
  • Marcador ou giz

Terminada a atividade de simulação, convidar os e as participantes a despir o seu personagem, a sentarem-se, de preferência em roda, de modo a que todos e todas tenham contacto visual, e:

 

1.ª parte –  Conduzir uma conversa com o grupo focada no que sentiram. Perguntas orientadoras:

  • O que sentiram durante a dinâmica vestindo a pele destes grupos de migrantes que procuram trabalho? Foi difícil ou foi fácil?
  • O que aconteceu nesta dinâmica? Como foram os vários passos?
  • Como se sentiram depois do júri tomar a decisão?
  • Houve algo que vos tenha surpreendido? Na leitura das notícias? Na partilha entre os grupos? Na decisão?
  • Já tinham pensado nas razões que levam as pessoas a procurar trabalho noutros países?

 

 

2ª parte – O educador ou a educadora continua a conversa mas focando agora nos conteúdos. Perguntas orientadoras:

  • É legítimo que as pessoas procurem melhores condições de vida e trabalho noutros países?
  • É mais justa a oportunidade de trabalho para um grupo de migrantes do que para outro? Acham que algum grupo tem mais legitimidade?
  • O que significa paz? Os e as migrantes económicos vivem numa situação pacífica no seu país? Como sobrevivem?
  • Será que um ou uma migrante económica pode ser simultaneamente migrante de guerra e vice-versa, ou serão estas categorias estanques?
  • Estas pessoas não fazem falta aos países recetores? Porquê? E aos países de origem?
  • Existem também situações de migrações não forçadas, ou seja, de pessoas que se deslocam porque querem e com condições para tal. São recebidos da mesma forma? Porquê?
  • As pessoas no seu país também podem sair dos seus contextos em busca de trabalho. Porque é que isso acontece? Serão também migrantes forçados?

Sistematização

Tempo

20 min

Materiais

  • Computador e projetor
  • Descarregar materiais na pasta Materiais de Preparação

Terminada a discussão em plenário, o educador ou a educadora reúne as ideias que foram surgindo e faz uma sistematização dos conteúdos a reter com esta atividade, com o apoio da pasta de materiais.

 

Ideias orientadoras para concluir a etapa:

  • A legitimidade para trabalhar e para se deslocar está ligada a direitos fundamentais e inalienáveis do ser humano;
  • Valorizar o direito ao trabalho digno e a um salário como fundamentais;
  • O trabalho e as migrações têm desempenhado um papel fundamental na história e estrutura dos países que acolhem e dos países de onde saem as pessoas;
  • A paz tem muitas dimensões, sendo que uma delas é a económica;
  • Não existem tipologias estaques de migrantes. Uma pessoa que migra pode fazê-lo por razões diversas e todas são importantes.

2ª etapa  APROFUNDAR

Objetivo: Relacionar movimentos migratórios forçados e as suas relações com o trabalho, com causas estruturais da pobreza e desigualdades extremas a nível global.

 

Dimensões a trabalhar: Justiça social, solidariedade, inclusão, reflexão crítica e empatia.

Instruções  Ler informação específica sobre o módulo “Trabalho e Migrações” no Guia Pedagógico; descarregar aqui os materiais de preparação e aqui os materiais de aprofundamento para as várias sessões.

Apresentação da etapa APROFUNDAR

Tempo

10min

 

Materiais

  • Computador e projetor ou folhas de parede ou quadro
  • Marcadores ou giz

Relembrar brevemente a etapa anterior (DESVENDAR), e aproveitando as conclusões e as dúvidas explicar que o tema vai ser agora continuado e aprofundado na 2.ªetapa - APROFUNDAR, cujo objetivo é: relacionar movimentos migratórios forçados e as suas relações com o trabalho, com causas estruturais da pobreza e desigualdades extremas a nível global.

Introdução à atividade

Tempo

5 min

 

Materiais

  • 100 Moedas (ou outro material que simbolize a riqueza, ex.: feijões)
  • Tabela de registo da riqueza
  • Quadro de honra dos doadores e das doadoras
  • 8 meias

Informar que o grupo vai simular uma “luta pela riqueza e pelo poder”*

Esta simulação divide-se em três partes:

parte 1 – a luta;

parte 2 – as doações;

parte 3 – criação de justiça económica.

 

Notas importantes para a atividade

- O espaço da simulação deve estar desocupado, sem cadeiras e mesas.

- O educador ou a educadora coloca de lado 20 moedas e distribui aleatoriamente a 4/5 pessoas.

- A outras 4 pessoas dá um par de meias a cada, informando que têm de pôr as meias nas mãos e mantê-las durante todo o jogo.

- As discussões ou as questões deverão ser remetidas para a reflexão coletiva.

- Fixa a tabela na parede para registar a riqueza dos e das participantes.

 

* Atividade adaptada do Compass – Manual para a Educação para os Direitos Humanos com Jovens (2016)

Atividade

Tempo

15 min

 

Materiais

  • Moedas (ou outro material que simbolize a riqueza, ex.: feijões)

Parte 1: A luta

Explicar que o objetivo do jogo é obter o número máximo de moedas e que existe apenas uma regra: nenhum ou nenhuma participante pode tocar em alguém em qualquer momento do jogo. Depois, pedir ao grupo que se sente no chão ou numa mesa criando uma grande roda (de maneira que tenham espaço suficiente para jogar).

 

Espalhar todas as moedas livremente no meio do círculo.

 

Depois da palavra “partida!”, devem apanhar tantas moedas quanto possível. Provavelmente, esta fase não durará mais do que 2 minutos!

 

Após terem apanhado todas as moedas, pedir que digam quão ricos estão ao resto do grupo. Na tabela da riqueza, anotar o nome e o número de moedas que cada um e uma tem.

 

Explicar que estas moedas representam a sua riqueza e o seu poder no mundo. O valor que possuem está diretamente relacionado com a sua capacidade de satisfazer as suas necessidades (ex.: alimentação, alojamento, saúde e educação básica) e os seus desejos (ex.: ensino superior, carros, computadores, brinquedos, televisões, férias e alguns itens de luxo). As implicações são as seguintes:

  • 6 ou mais moedas – grupo “muita riqueza e poder” – conseguem responder às suas necessidades e à maioria dos seus desejos;
  • Entre 3 a 5 moedas – grupo “algum riqueza e poder” – conseguem responder às suas necessidades básicas;
  • 2 moedas ou menos – grupo “pouca riqueza e poder“ – terão dificuldade em sobreviver devido a doenças, má nutrição, alojamento desapropriado e ausência de educação para ter acesso ao mercado laboral.

Tempo

10 min

 

Materiais

  • Quadro de honra dos doadores e das doadoras
  • Tabela de registo da riqueza
  • Marcadores

Parte 2: Doações

Informar os e as participantes que, se quiserem, podem dar moedas às outras pessoas. No entanto, não é obrigatório que o façam. Dizer-lhes que quem partilhar moedas irá entrar no “Quadro de honra dos doadores e das doadoras”.

 

Dar 2-3 minutos para redistribuir as moedas.

 

Pedir os nomes de quem doou moedas e a quantidade de moedas doadas, escrevendo-o no “Quadro de honra dos doadores e das doadoras”.

 

Se alguém mudou de categoria como resultado de dar ou de receber moedas, o educador ou a educadora escreve estas alterações na tabela com uma seta.

Tempo

30 min

Materiais

  • Folhas de parede
  • Marcadores
  • Material para criar condições de privilégio e desfavorecimento

 

Parte 3: Criação da justiça económica

Dividir os e as participantes em 3 grupos de acordo com as moedas que têm (“muita riqueza e poder”, “alguma riqueza e poder”, “pouca riqueza e poder”).

 

Colocam-se os grupos em espaços com diferentes condições, criando-se a sensação de privilégio e de desfavorecimento, de modo a recriar e vivenciar diferenças estruturais na sociedade ligadas à riqueza e poder. Por exemplo:

  • cadeiras, copos de água, bolachas, para o grupo com “muita riqueza e poder”;
  • algumas cadeiras para o grupo com “alguma riqueza e poder”;
  • nada, excepto talvez um círculo apertado, no chão, onde as pessoas se deverão sentar, no caso do grupo com “pouca riqueza e poder”.

 

Distribuir marcadores e folhas de parede, dando a cada grupo a tarefa de criar um plano para a distribuição justa das moedas (a riqueza do mundo) de maneira a diminuir a diferença entre as várias categorias de riqueza e de poder. Todos os planos de ação devem:

- explicar o que é preciso fazer (se acharem que é preciso fazer alguma coisa);

- descrever o que o grupo decidiu fazer e porquê;

- demonstrar de que forma é que o plano é justo.

 

Dar 10 minutos para criarem os seus planos, explicando que não é preciso aprofundar muito, sendo suficiente identificar as ações a fazer para abordar o problema da pobreza.

 

Pedir a cada grupo que nomeie um ou uma porta-voz para explicar o plano e para responder a questões. Também podem ser dadas condições diferentes em termos do tempo que têm para apresentar as suas propostas.

 

Anunciar que haverá uma votação para decidir que plano adotar. A distribuição dos votos será a seguinte:

- cada participante no grupo “muita riqueza e poder” tem direito a 5 votos;

- cada participante no grupo “algum riqueza e poder” tem direito a 2 votos;

- cada participante no grupo “pouca riqueza e poder“ tem direito a meio voto.

 

Registar os votos que cada plano recebeu na cartolina, anunciando que plano vai ser implementado.

 

Reflexão coletiva

Tempo

30 min

Materiais

  • Folhas de parede ou quadro
  • Marcadores ou giz

Terminada a atividade de simulação, convidar os e as participantes a despir o seu personagem, a sentarem-se, de preferência em roda, de modo a que todos e todas tenham contacto visual, e:

 

1ª parte – Conduzir uma conversa com o grupo focada no que sentiram. Perguntas orientadoras:

  • Como é que se sentiram sobre a forma como as moedas foram adquiridas e distribuídas? Foram tratados e tratadas de forma justa?
  • Porque é que quem doou moedas decidiu fazê-lo? Pela honra? Por culpa? Por outras razões?
  • Como se sentiu quem recebeu moedas na fase 2? Agradecidos e agradecidas? Tratados e tratadas com paternalismo?
  • E em relação a quem tinha meias nas mãos? Que pessoas representam? Em que grupo ficaram?
  • Que diferenças houve nos planos para a distribuição justa? Os planos refletiam a riqueza dos grupos que faziam a proposta?
  • Porque é que algumas pessoas tiveram direito a mais votos do que outras? É uma representação correta das pessoas que têm mais e menos poder no mundo?

 

2ª parte – Continuar a conversa mas focada agora nos conteúdos. Perguntas orientadoras:

  • Quem são as pessoas “ricas” e as “pobres” no vosso país e na vossa comunidade? Como é que chegaram a essa situação?
  • O que pode fazer quem não tem recursos para melhorar a sua situação? Que ações tomam as pessoas “pobres”, no mundo e no vosso país, para abordar as desigualdades na distribuição da riqueza e do poder?
  • Será que se o mundo não fosse tão estruturalmente desigual haveria a mesma necessidade das pessoas migrarem para outros países à procura de trabalho e de condições de vida dignas? Porquê? Ou será que preferiam ficar nos seus países com as suas famílias?
  • Neste sentido, será que esta migração é voluntária, desejada ou é forçada na medida em que não têm outra alternativa?
  • E quando os migrantes chegam a outros países têm as mesmas oportunidades e condições de trabalho (ex.: salários justos, horas razoáveis de trabalho e de descanso, proteção social, etc.)?

Sistematização

Tempo

20 min

Materiais

  • Descarregar materiais na pasta Materiais de Preparação

Terminada a discussão em plenário, o educador ou a educadora reúne as ideias que foram surgindo e faz uma sistematização dos conteúdos a reter com esta atividade, com o apoio da pasta de materiais.

 

Ideias orientadoras para concluir a etapa:

  • Relacionar a desigualdade a nível global com o facto de isso constituir uma causa e, simultaneamente, uma consequência das migrações forçadas.
  • O direito ao trabalho e o direito à mobilidade estão consagrados e têm como objetivo promover a igualdade de oportunidades e tratamento.
  • Mais do que barreiras ou políticas anti-imigração, faria sentido trabalharmos para um mundo mais equitativo e justo como solução para este problema de migração forçada.

3ª etapa  ATUAR

Objetivo: Entender que a participação faz parte da cidadania global e promove a transformação de situações de injustiça social, incluindo a equidade no acesso ao trabalho e na mobilidade de pessoas.

 

Dimensões a trabalhar: Reflexão crítica, participação, cidadania global, partilha e empatia.

Instruções  Ler informação específica sobre o módulo “Trabalho e Migrações” no Guia Pedagógico; descarregar aqui os materiais de preparação e aqui os materiais de aprofundamento para as várias sessões.

Apresentação da etapa ATUAR

Tempo

10 min

Materiais

  • Computador e projetor ou folhas de parede ou quadro
  • Marcadores ou giz
  • Apresentação digital preparada pelo educador ou pela educadora

Dinamizar uma reflexão coletiva sobre as conclusões das etapas anteriormente percorridas (DESVENDAR e APROFUNDAR), recorrendo às sistematizações dessas etapas.

 

Estimulando a participação do grupo, estruturar e organizar as várias contribuições nas seguintes dimensões:

  • descrição, sob vários ângulos, da problemática;
  • causas da problemática identificadas;
  • consequências da problemática identificadas.

 

Perguntar se, perante as conclusões a que se chegou, é importante cada um e uma tomar consciência das implicações que têm, para si e para outros e outras, as realidades que descobriu e se isso leva a sentir a necessidade de fazer alguma coisa a esse respeito.

 

Dar a conhecer o objetivo da 3ª etapa - ATUAR: entender que a participação faz parte da cidadania global e promove a transformação de situações de injustiça social, incluindo a equidade no acesso ao trabalho e na mobilidade de pessoas.

Introdução à atividade

Tempo

5 min

Informar que esta atividade é uma proposta para ler e refletir criticamente sobre notícias produzidas pela comunicação social, ligando aos temas em questão - trabalho e migrações.

 

Pretende-se refletir sobre a reprodução de estereótipos, a simplificação de temas complexos, etc., de modo a entender melhor a lógica das diferentes narrativas produzidas e fazer um melhor uso dos meios de comunicação.

 

Se é verdade que os fluxos de informação aumentaram, é fundamental ter um olhar crítico sobre a utilização de suportes de media, refletindo sobre as técnicas de informação e comunicação existentes. Esta atividade é, em si própria, uma forma de ação em prol de uma cidadania global.

Atividade

Tempo

35 min

Materiais

  • Textos jornalísticos (uma cópia por grupo) (Descarregar na pasta Materiais de Preparação)
  • Orientações para a leitura crítica de notícias (uma cópia por participante) (Descarregar na pasta Materiais de Preparação)
  • Folhas de parede
  • Marcadores

Dividir os e as participantes em pequenos grupos.

 

Distribuir a cada grupo um dos textos jornalísticos sobre trabalho e migrações propostos na pasta de materiais (cada grupo deve ficar com uma notícia que dê uma visão diferente do mesmo assunto).

 

Pedir aos grupos que façam a leitura crítica do artigo a partir dos pontos de orientação* que se encontram na pasta de materiais.

 

Pedir a cada grupo que apresente o resultado do seu trabalho.

 

* Baseados na Ethical Journalism Network

Reflexão coletiva

Tempo

30 min

Terminada a atividade de simulação, convidar os e as participantes a sentarem-se, de preferência em roda, de modo a que todos e todas tenham contacto visual, e:

 

1.ª parte – Conduzir uma conversa com o grupo focada no que sentiram. Perguntas orientadoras:

Como é que correu?

  • Como foram os vários passos?
  • Houve alguma dimensão que tenha sido mais fácil de analisar?
  • Houve algo que vos tenha surpreendido ou chamado à atenção na análise das notícias?

 

2ª parte - O educador ou a educadora continua a conversa mas focando agora nos conteúdos. Perguntas orientadoras:

  • Já tinham pensado nas diferentes interpretações, por vezes até contraditórias, que podem resultar da leitura da mesma realidade?
  • Nas notícias que vêm e ouvem diariamente é fácil ou difícil fazer isto?
  • Que ligações se podem fazer ao exercício da primeira etapa (construção de narrativas a partir da leitura de notícias)?
  • Que implicações é que a forma de redigir e de divulgar notícias pode trazer a uma pessoa que chega a um país em busca de trabalho? E para as pessoas que vivem no país? Será que influencia a forma como acolhem e tratam os migrantes? E o acesso às oportunidades de trabalho?

Sistematização

Tempo

20 min

Materiais

  • Orientações para a leitura crítica de notícias
  • Descarregar materiais na pasta Materiais de Preparação
  • Computador e projetor ou folhas de parede ou quadro
  • Marcadores ou giz

Terminada a discussão em plenário, o educador ou a educadora reúne as ideias que foram surgindo e faz uma sistematização dos conteúdos a reter com esta atividade, com o apoio da pasta de materiais.

 

Ideias orientadoras para concluir a etapa:

  • A importância da leitura crítica e fundamentada do que nos chega e, por consequência, da realidade que nos rodeia, bem como de estarmos conscientes das consequências/implicações que as narrativas que se vão construindo podem ter na vida e percurso das pessoas que migram e buscam trabalho.
  • A importância de ouvir opiniões diferentes sobre o mesmo assunto, para podermos construir a nossa própria opinião, de modo fundamentado.
  • A importância de uma sociedade ou comunidade reflectir sobre aquilo que ouve e lê para a construção de um mundo mais justo, comum.

Proposta de ação

Tempo

20 min

Materiais

  • Apresentações de vários exemplos
  • Projetor

Terminado o percurso, propor ao grupo uma ação que aborde as aprendizagens que foram fazendo ao longo das sessões.

 

Uma proposta é realizar entrevistas (individuais ou em grupo) a familiares, amigos, pessoas que conheçam ou que identifiquem na sua comunidade, que:

  • estejam a trabalhar em Portugal oriundas de outros países;
  • tenham estado a trabalhar noutro país.

 

O objetivo é que estas entrevistas sejam conduzidas de forma a conhecer várias experiências em contextos de migração, na voz de quem passou ou passa pela experiência de trabalhar longe do seu país. Pode-se recorrer a associações de imigrantes que existam na comunidade ou ‘núcleos’ sindicais que acompanhem imigrantes.

 

Os resultados destas entrevistas podem ser publicados em jornais escolares ou locais, expostos na escola ou comunidade ou servir como base para formas de comunicação criativas sobre o tema do recurso.

4ª etapa  AVALIAR A ATIVIDADE

Objetivo: Aprender com a atividade realizada, para melhorar atividades futuras

Materiais

  • 4 folhas pequenas por pessoa
  • 2 caixas
  • Folhas de parede
  • Marcadores

Explicar que quem faz uma atividade deste tipo tem a responsabilidade de dar indicações para que futuras atividades semelhantes possam ser melhores. Todas as pessoas participantes na atividade devem, se possível, dar a sua opinião.

 

Distribuir a todas as pessoas do grupo 4 folhas pequenas de papel onde têm de escrever algo que aprenderam. As 3 primeiras folhas representam dimensões diferentes: “Eu”, “Grupo” e “Temática”, pelo que, para cada uma destas dimensões devem escrever algo que aprenderam sobre si próprias, sobre o grupo com o qual trabalharam e refletiram e sobre a temática do trabalho e migrações. Na 4.ª folha escrevem algo que gostariam de aprofundar sobre esta temática em futuras ocasiões ou outras que gostariam de trabalhar. As respostas serão ser depositadas em duas caixas diferentes, as três primeiras folhas numa caixa e a 4ª na outra.

No fim, quem quiser pode partilhar livremente com o grupo as suas respostas. Se possível, um grupo de participantes pode organizar-se para fazer uma síntese das respostas e outro grupo pode preparar um curto documento com recomendações para partilhar.

5ª etapa  PARTILHAR OS RESULTADOS DA ATIVIDADE

Objetivo: Fazer chegar a quem possa interessar, nomeadamente às duas organizações promotoras do recurso educativo, um resumo final da atividade, para facilitar melhorias futuras e a divulgação do recurso.

Este resumo poderá incluir a apresentação de quem realizou a atividade, a peça de comunicação elaborada e as recomendações resultantes do exercício de avaliação. As duas organizações poderão difundir estes elementos junto de espaços mais amplos, sempre no âmbito da Educação para a Cidadania Global.