Em maio de 1974 o CIDAC procurou responder à ansiedade do público em informar-se e conhecer melhor as questões relativas à colonização portuguesa em África, à guerra colonial, às lutas de libertação nacional e ao processo de descolonização que se iniciava. O primeiro núcleo documental provinha do trabalho de recolha efetuado pelo chamado “Grupo do BAC” (Boletim Anti-Colonial) que, nas difíceis condições impostas pelo regime anterior ao 25 de Abril, tinha como objetivo sistematizar e divulgar as realidades das colónias portuguesas, as aspirações dos seus povos e as propostas dos seus dirigentes. Esta informação era considerada um contributo imprescindível para que os cidadãos portugueses pudessem exercer o que hoje chamaríamos uma “cidadania responsável”. Este espólio foi exaustivamente tratado em 2000/2001, passando a estar desde então acessível para consulta.
A partir da proclamação das independências dos novos Países de Língua Oficial Portuguesa, a atenção do público focalizou-se no acompanhamento dos respetivos processos de reconstrução nacional, pelo que o CIDAC optou por especializar o Centro de Documentação em duas áreas específicas e complementares: as realidades dos PALOP, em todas as suas vertentes e as relações entre Portugal e esses países.
Ao longo dos anos 90 foram surgindo necessidades especiais de grupos de utilizadores ou do próprio CIDAC, que levaram à criação de outros núcleos documentais: um sobre as literaturas dos PALOP e a literatura portuguesa relacionada com esses países e um segundo, respeitante a matérias do âmbito da Cooperação e da Educação para o Desenvolvimento, das Migrações e Desenvolvimento e do Comércio e Desenvolvimento – áreas temáticas nas quais o CIDAC tem centrado a sua intervenção nos últimos anos.
Após a mudança do Centro de Documentação para o edifício cedido pela Câmara Municipal de Lisboa, por um prazo renovável de trinta anos, este veio dar origem ao Centro de Recursos do CIDAC.